Mercado Imobiliário Ignora Classe Média: Um Cenário Preocupante
O mercado imobiliário brasileiro apresenta uma realidade alarmante: a classe média parece ter sido esquecida pelos empreendimentos atualmente em evidência. Com os olhos voltados para os setores de baixa renda, investimento e luxo, os lançamentos habitacionais não têm atendido à demanda de um dos maiores grupos populacionais do país. De acordo com um levantamento recente da Brain/Abrainc, a participação dos lançamentos voltados para a classe média despencou de 65% para apenas 45% entre o segundo trimestre de 2023 e o mesmo período de 2024.
Essa mudança de foco no mercado é, no mínimo, estranha, especialmente considerando que, pela primeira vez desde 2015, a classe média no Brasil voltou a representar mais de 50% dos domicílios em 2024, conforme dados da Tendências Consultoria. A reivindicação de moradia digna e acessível por essa fatia da população está se tornando cada vez mais urgente.
Mas, afinal, por que o mercado imobiliário ignora essa demanda? A resposta reside na atual conjuntura econômica do país. Recentemente, o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou um aumento na taxa Selic de 12,25% para 13,25%. Essa decisão teve justificativa direta na necessidade de controlar a inflação, que continua sendo uma preocupação no cenário brasileiro. O Copom já sinalizou a possibilidade de um novo aumento na próxima reunião, o que poderia elevar a Selic a 14,25%. Com a taxa de juros em ascensão, as condições para crédito imobiliário também se tornam menos atraentes, tornando o financiamento de imóveis uma opção ainda mais complicada para a classe média.
Diante deste cenário econômico desfavorável, o mercado imobiliário tem optado por investir em empreendimentos voltados para a baixa renda, através de programas como o Minha Casa, Minha Vida, ou então direcionando suas energias para produtos destinados a investidores ou ao segmento de alto luxo. Essa estratégia parece ser uma forma de mitigar riscos em um ambiente econômico volátil, mas acaba excluindo uma parcela significativa da população que busca moradia.
Além disso, a situação no setor de locação também é alarmante. Em 2024, os valores médios dos aluguéis residenciais subiram 13,5%, conforme dados do índice FipeZap. Embora o IGPM (Índice Geral de Preços – Mercado) tenha mostrado uma desaceleração em seu crescimento em janeiro, o aumento acumulado ao longo do último ano foi de 6,75%, refletindo ainda a pressão sobre os preços em vários segmentos.
Para a classe média que se vê à deriva em meio a essa crise de abastecimento habitacional, as opções estão se tornando escassas. Muitos consideram a possibilidade de se mudarem para cidades onde os preços são mais acessíveis, ou de habitar imóveis com menor espaço, já que a necessidade de cortar custos se tornou prioritária na busca por um lar.
É evidente que o mercado imobiliário precisa reavaliar suas estratégias e reverter essa tendência de exclusão da classe média. A atenção das empresas do setor deve se voltar para essa faixa da população para que projetos habitacionais possam ser desenvolvidos de maneira a proporcionar condições adequadas de moradia, respeitando essa crescente demanda e contribuindo para a recuperação e estabilidade do mercado como um todo.
A popularização de soluções habitacionais que atendam aos anseios da classe média pode não apenas equilibrar o mercado, mas também impulsionar a economia, criando um ciclo virtuoso que beneficie todos os envolvidos. O desafio agora é encontrar um caminho que una interesses comerciais e necessidades sociais, promovendo um desenvolvimento imobiliário mais inclusivo e sustentável.
Leia a matéria na íntegra em: veja.abril.com.br
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