Comemorando 61 Anos de Reflexões sobre o Golpe Militar em Areal/RJ: Memórias e Lições

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Areal e o Golpe Militar de 1964: Um Capítulo Esquecido da História

Por Valber Moraes
No dia 31 de março de 1964, o pequeno distrito de Areal, no interior do Rio de Janeiro, presenciou um evento que mudaria o país para sempre. A pacata cidade, então ligada a Três Rios, se viu envolvida em um cenário que mais parecia uma produção cinematográfica, quando tropas militares começaram a chegar, trazendo consigo um clima de incerteza e tensão.
A invasão se iniciou na noite do dia 31 e se estendeu pela madrugada do dia 1º de abril, quando um grande número de soldados, veículos de combate e canhões tomaram as ruas. Os moradores, sem entender completamente a magnitude do que estava acontecendo, acreditavam se tratar de uma reunião entre as tropas.

Contexto Político de 1964

O cenário político do país era complicado, marcado por instabilidade desde 1961. Os militares, alinhados a interesses empresariais, opunham-se ao governo de João Goulart, que era visto como um líder de esquerda. Jango já havia enfrentado tentativas de impedimento em sua posse e sua presidência estava sob pressão crescente.
O golpe estava planejado para ocorrer na primeira metade de abril, mas o general Olímpio Mourão Filho decidiu antecipar a ação. Ele mobilizou suas tropas de Juiz de Fora, Minas Gerais, em direção ao Rio de Janeiro, onde Goulart se encontrava.
Conscientes da movimentação militar, os comandantes leais a Goulart tentaram impedir a passagem das tropas de Minas Gerais. O embate acabou levando os eventos até Areal, onde a história local se entrelaçou com a nacional.

Cenário em Areal

O autor Elio Gaspari, em seu livro “A Ditadura Envergonhada”, detalha que a revolta de marinheiros e o discurso de Goulart na véspera do golpe desestabilizaram as Forças Armadas. Apesar do clima de medo, não houve confronto direto naquela manhã, e os soldados foram eventualmente divididos. Parte das tropas que deveria defender Goulart acabou se unindo ao movimento militar, em parte pela ausência de uma liderança firme por parte do presidente.
Historiadores como Glauber Montes apontam que, após Jango deixar o Rio em direção a Brasília, suas forças sentiram-se abandonadas. O próprio presidente escolheu evitar o uso da força, buscando alternativas pacíficas, mas essa indecisão teve um custo.

Testemunhos e Memória Coletiva

Um morador da época, o Sr. Nino, relembra como cedeu suas instalações para facilitar a comunicação entre as tropas e a capital. Esse ato tornou-se parte da logística que culminou no apoio às ações de Minas Gerais, efetivando o Golpe Militar.
Ariel, a cidade de aproximadamente 13 mil habitantes, não esquece sua participação na história, com moradores ressaltando a importância de reconhecer esse capítulo histórico. Para muitos, a falta de memória sobre o papel de Areal em 1964 é uma ofensa à identidade local e uma forma de negligência.
Os arealenses defendem que o dia do golpe não deve ser apenas lembrado, mas que a cidade deve se dedicar a honrar a memória desse momento. A instalação de marcos memoriais e a promoção de iniciativas educativas são sugeridas como formas de assegurar que a história não seja esquecida.

Iniciativas em Andamento

A Secretaria Municipal de Turismo de Areal está atualmente trabalhando em um projeto para criar um memorial na cidade, próximo ao Viaduto Domingos da Veiga Soares, um local histórico ameaçado durante o golpe. O Secretário de Turismo, Saulo Ramos, ressalta a importância de envolver a comunidade nesse esforço de resgate histórico.
O Prefeito Gutinho também enfatiza que lembrar desse episódio é fundamental para evitar que os horrores do período ditatorial se repitam. Para ele, a manutenção da democracia e dos direitos garantidos pela Constituição são essenciais. A luta pela verdade e pela memória histórica é vista como um compromisso com as futuras gerações.

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