O Mercado Imobiliário Corporativo: Trajetória e Novas Tendências Pós-Pandemia
Com quase cinco anos desde o início da pandemia de COVID-19, o mercado de prédios corporativos no Brasil apresenta um panorama de recuperação, embora com mudanças significativas na forma como as empresas utilizam esses espaços. A adoção do trabalho remoto se consolidou durante esse período e alterou permanentemente a dinâmica do mercado imobiliário.
Em São Paulo, a taxa de vacância dos empreendimentos corporativos de alto padrão encerrou 2024 em 20,9%, enquanto no Rio de Janeiro atingiu 31%, de acordo com a consultoria JLL. Para efeitos de comparação, esses números são levemente superiores aos de 2019, quando as taxas eram de 20,8% e 40,9%, respectivamente. No entanto, a absorção líquida, que é o resultado da diferença entre locações e devoluções, foi de 295 mil metros quadrados em São Paulo, muito superior aos índices de 2019.
Os dados indicam que a movimentação no mercado não se traduz apenas em redução de vacância, mas também em um aumento significativo no valor médio de locação, que subiu de R$ 84 para R$ 104 por metro quadrado nos últimos anos. Essa elevação é um indicativo da confiança renovada dos investidores e inquilinos no setor.
Superando Desafios Iniciais
Yara Matsuyama, diretora da divisão de escritórios da JLL, relembra como o mercado de escritórios foi desafiado durante o início da pandemia. “O mercado de escritórios foi colocado em xeque”, pontua ela, referindo-se à rápida transição para o trabalho remoto. Apesar das dificuldades, a produtividade em muitos casos se manteve ou até aumentou durante o home office.
Felipe Giuliano, diretor de locação da consultoria CBRE, destaca que a eficácia do home office se deu em um contexto peculiar, onde as distrações eram limitadas. Após a vacinação, as empresas começaram a solicitar o retorno ao trabalho presencial, mas essa transição apresenta novas dificuldades.
Renato Almeida, gerente de transações imobiliárias da Cushman & Wakefield, afirma que o espaço corporativo precisa oferecer conforto e interação para rivalizar com a comodidade do lar. "Se o escritório não for tão confortável quanto a sua casa, é difícil trazer o funcionário de volta", conclui.
A Nova Organização dos Espaços
Com a adoção do modelo de trabalho híbrido, muitas empresas estão reformulando suas áreas de escritório para proporcionar ambientes que incentivem a colaboração e a interação entre os colaboradores. A tendência é dedicar mais espaço para cada funcionário e criar áreas comuns que não existiam no modelo anterior.
Nesse novo cenário, algumas organizações decidiram até mesmo descentralizar suas operações, optando por sedes fora dos tradicionais centros urbanos, inspirado pelo crescimento do mercado imobiliário residencial nas áreas do interior. Um dos casos mais emblemáticos foi o da XP, que adquiriu um terreno em São Roque para criar uma sede rural, mas posteriormente teve que retornar ao mercado urbano.
O Novíssimo Mercado Carioca
No Rio de Janeiro, o mercado de escritórios apresentava dificuldades antes mesmo da pandemia, especialmente pela dependência de setores específicos, como o de óleo e gás. A crise resultou em um esvaziamento do centro da cidade, o que levou a prefeitura a implementar o programa Reviver Centro, que visa revitalizar a área, convertendo edifícios antigos em residências.
O secretário municipal de desenvolvimento econômico, Osmar Lima, destaca que 42 licenças foram concedidas desde 2021 para a reforma e construção de novos prédios. Assumindo uma abordagem proativa, o programa visa transformar a dinâmica da região central da cidade ao longo dos próximos anos.
Por outro lado, na zona sul do Rio, especialmente em Leblon e Ipanema, a situação é um tanto diferente. A valorização comercial continua em ascensão, com novas construções de alto padrão previstas para os próximos anos. A vacância em áreas como o Leblon é de apenas 10%, atraindo empresas em busca de um ambiente seguro e próximo de suas residências.
Desafios e Expectativas Futuras
Embora a recuperação do mercado de escritórios esteja em andamento, muitas áreas ainda enfrentam seguidores altos de vacância. Regiões como a Chucri Zaidan e a Chácara Santo Antônio apresentam índices superiores a 20%, enquanto praias de sucesso como a Faria Lima se destacam pela integração entre conforto e eficiência.
No Rio, tudo indica que a recuperação fica dependente de um estímulo às operações presenciais, especialmente das empresas públicas. A Petrobras, por exemplo, está reestruturando seus dias de trabalho presencial. De acordo com analistas, espera-se que 2025 seja um ano de melhora, com um aumento na demando por espaços corporativos devido à necessidade de interação social no ambiente de trabalho.
Assim, enquanto o setor imobiliário corporativo reavalia suas estratégias e métodos de operação, o reflexo das lições aprendidas durante a pandemia moldará as práticas e expectativas futuras.
Leia a matéria na íntegra em: valor.globo.com
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