Bilionária Georgiana e Marido Ganham Processo Após Descoberta de Infestação em Mansão
Em uma decisão marcante, o Tribunal Superior de Londres determinou que Iya Patarkatsishvili, filha de um bilionário georgiano, e seu marido, Yevhen Hunyak, poderão devolver sua mansão de 32,5 milhões de libras, localizada na badalada Notting Hill, e recuperar o valor pago na compra. A decisão foi divulgada na manhã de segunda-feira (10), após o casal alegar que a propriedade estava infestada por milhões de traças, um problema que não era aparente no momento da aquisição.
O juiz Timothy Fancourt, que presidiu o caso, deu razão ao casal, afirmando que as evidências apresentadas pelo vendedor, William Woodward-Fisher, eram "pouco convincentes". Durante o julgamento, o juiz comentou que Woodward-Fisher parecia mais interessado em vender a casa rapidamente do que em revelar quaisquer problemas pré-existentes.
Um Pesadelo Surpreendente
Patarkatsishvili e Hunyak compraram a imponente villa vitoriana em 2019, atraídos pelas luxuosas comodidades que a propriedade oferecia, incluindo piscina, spa, cinema e academia. Entretanto, poucos dias após a mudança, o que deveria ser um sonho se transformou em um pesadelo. O casal rapidamente enfrentou uma “batalha constante” contra a infestação de mariposas, que invadiam seus pertencentes, voavam em seus rostos e até caíam em suas bebidas.
A origem do problema, segundo o casal, estava nas paredes e nos vãos do teto da casa, onde as mariposas se escondiam. As consequências foram tão graves que eles relataram que os insetos pousavam em itens pessoais, como escovas de dentes e toalhas.
Questões Jurídicas
Em busca de justiça, Iya e Yevhen processaram Woodward-Fisher por deturpação fraudulenta, argumentando que o vendedor não revelou que havia contratado tratamentos de controle de pragas durante sua estadia na residência. Durante o julgamento, Woodward-Fisher alegou que aceitou os tratamentos apenas para agradar sua esposa e que todos os problemas provavelmente foram resolvidos antes da mudança do casal.
O juiz Fancourt destacou que as respostas dadas a potenciais compradores foram “falsas” em relação a questões cruciais sobre a propriedade, o que levou à conclusão de que a venda tinha questões subjacentes que não foram devidamente divulgadas.
Indenização e Próximos Passos
Além de permitir a rescisão do contrato, Fancourt estipulou que Patarkatsishvili e Hunyak teriam direito a uma indenização “substancial” para cobrir os custos incorridos no combate à infestação. O valor a ser restituído será definido ainda neste mês, levando em consideração o uso que o casal teve da propriedade.
Ainda segundo o juiz, a venda da casa deverá ser contemplada por um “direito de retenção equitativa”, protegendo o direito do casal ao reembolso. Fancourt comentou que, se os reparos foram realizados de forma adequada e documentada, não há razão para que o valor da propriedade sofra um impacto significativo a longo prazo, apesar de uma venda total poder levar mais tempo do que o habitual.
Repercussão e Considerações Finais
Chris Webber, sócio da firma Squire Patton Boggs, expressou satisfação com a decisão, afirmando que o julgamento foi um alívio para seus clientes após um período muito difícil. Em contrapartida, um porta-voz de Woodward-Fisher manifestou seu desapontamento com o veredicto e comentou que o vendedor estava considerando suas opções para apelar da decisão.
Essa situação ressalta a importância da transparência nas transações imobiliárias, especialmente em valores tão altos. Para muitos, a casa é mais do que um investimento; é um lar. No entanto, para Patarkatsishvili e Hunyak, a luta por justiça pode finalmente estar gerando resultados, trazendo esperança de um desfecho favorável em breve.
Leia a matéria na íntegra em: www1.folha.uol.com.br
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