A Evolução da Casa No. 7: Um Projeto Arquitetônico em Avenidas Novas
Localizada em Avenidas Novas, um bairro emblemático de Lisboa, a Casa No. 7 é um notável exemplo de como a arquitetura pode evoluir ao longo de gerações. Este projeto, concebido pelos arquitetos do escritório Camarim Arquitectos, representa a terceira transformação da edificação original, que foi erguida na década de 1930.
Um Legado Familiar
Esta casa pertence à mesma família há três gerações. Com a expansão de um entorno urbano denso, pontuado por palácios, como o Palácio Marquês de Sá da Bandeira, a edificação é um testemunho da mudança de um espaço originalmente rural para um bairro caracterizado pela sua urbanização.
Após a primeira construção nos anos 30, a casa passou por uma significativa transformação na década de 1980, em uma época em que o patrimônio construído não recebia a devida atenção. Com a missão de renovar a terceira geração da casa, o cliente instruiu a equipe de Camarim Arquitectos a criar um espaço mais amplo e melhor integrado ao jardim e à rua.
Respeito ao Passado e Inovação no Presente
Os arquitetos decidiram manter a estrutura original, elevando sua altura até a linha da cornija do edifício adjacente. Durante o processo de análise da fachada principal, foram identificadas características Art Déco, surpreendendo a equipe e evidenciando a rica história da construção. Com isso, propuseram explorar as três épocas da casa (1930, 1980 e 2020) de forma simultânea.
A inspiração também veio de visitas a Florença, onde observaram como palácios urbanos se expandem ao longo das gerações. Essa visão levou à criação de um projeto coeso, que respeita e destaca a singularidade de cada época. As linhas reguladoras do projeto contornam a edificação, moldando o telhado, a fachada traseira, o jardim e o estúdio.
Um Espaço Funcional e Bem Iluminado
O acesso à casa se faz através de um espaço externo coberto, que proporciona uma vista para o jardim. No interior, a escada aparece como uma entidade separada que se desenvolve e gradualmente preenche o ambiente. Esse conceito de múltiplas temporalidades foi explorado em outros projetos, mas nunca antes de maneira tão evidente.
Conclusão: Um Projeto que Dialoga com o Tempo
A reformulação da Casa No. 7 é uma narrativa visual que dialoga com o tempo e com as histórias das gerações que ali viveram. Os arquitetos conseguiram harmonizar o passado e o presente em um projeto que, à primeira vista, é moderno, mas que reverbera a riqueza e a história de sua construção original.
Este exemplo não apenas exemplifica a evolução arquitetônica em Lisboa, mas também destaca a importância de preservação da memória cultural através da arquitetura contemporânea, ao invés de desconsiderar o passado em nome da modernidade.
A Casa No. 7 se transforma, assim, em uma homenagem à continuidade e à inovação, mostrando que o legado familiar e a história arquitetônica podem se entrelaçar para criar um futuro que respeite suas raízes. Essa abordagem pode servir de inspiração para outros projetos, não só em Lisboa, mas em todo o mundo.
Leia a matéria na integra em: Archdaily
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