In-Between House: Uma Interpretação do Espaço e da Luz

O projeto da In-Between House, desenvolvido pelo escritório Super Assembly, se destaca pela forma singular que combina quatro volumes cúbicos, dispostos com espaços vazios intencionalmente criados entre eles. Esses espaços intersticiais são implantados para convidar a natureza, incorporando áreas verdes e elementos aquáticos que suavizam a geometria e ativam a percepção do vazio. É nessas lacunas que a luz do dia entra, produzindo padrões dinâmicos nos interiores e criando condições ideais para o crescimento de plantas.

Esses vazios não apenas conectam os volumes de maneira visual e experiencial, mas também atuam como barreiras espaciais, oferecendo privacidade em relação aos vizinhos e permitindo que luz e ventilação permeiem o coração da casa.

A integração da paisagem ocorre em várias formas, costurando-se através do projeto arquitetônico e criando experiências imersivas que borram as fronteiras entre o construído e o natural. À frente, uma árvore transpassa o telhado da garagem, introduzindo um diálogo contínuo entre a natureza e a construção. Logo após a entrada principal, outra árvore irrompe no piso interior, em uma composição que convida à reflexão espiritual.

O fluxo pelo interior da residência remete à passagem por uma série de jardins sobrepostos, onde as distinções entre o interior e o exterior se dissipam. No centro, a casa se abre para um pátio quadrado adornado com arbustos e árvores esguias que crescem em direção ao átrio de pé-direito duplo. Claraboias no teto filtram a luz sobre a vegetação abaixo, enquanto jardineiras suspensas criam um jardim que é continuidade do espaço vertical.

Materiais que Dialogam com a Natureza

O design de interiores reforça essa integração entre a natureza e a estrutura, por meio de uma paleta de materiais enraizada em tons terrosos e acabamentos táteis. As texturas quentes evocar um senso de tranquilidade e conexão com a paisagem ao redor. No living do primeiro andar, paredes alternam entre painéis de madeira e revestimentos em tecido, criando uma rítmica que remete a um bosque de troncos verticais.

Esse jogo de texturas ecoa as árvores na entrada, reforçando a experiência de caminhar através de uma floresta onde o exterior informa suavemente o interior. O revestimento de terracota, de tom avermelhado, aplicado na fachada, também invade o interior, ancorando visualmente a residência em sua paleta natural enquanto mantém o diálogo contínuo entre o interior e o exterior.