Ministério Público Investiga Demolição de Imóveis Históricos em Campo Grande

No coração de Campo Grande, o patrimônio histórico não parece estar a salvo. Recentemente, um proprietário foi multado em R$ 2.687,50 por demolir um imóvel histórico localizado na Rua 14 de Julho, próximo ao Bairro São Francisco, sem a devida autorização. Essa área está inserida em uma Zona Especial de Interesse Cultural (Zeic), o que torna essa demolição ainda mais preocupante.

Essas informações fazem parte de um inquérito civil do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), que está analisando denúncias sobre demolições irregulares de vários imóveis históricos na região. A investigação foi reforçada após a análise da documentação enviada pela própria prefeitura, que confirmou a demolição sem autorização.

A destruição desse imóvel faz parte do projeto ‘Redescobrindo a Paisagem Cultural de Campo Grande’, que revelou a remoção de seis edificações que outrora eram marcos históricos e que foram substituídas por construções modernas. Em todo o município, existem mais de 300 imóveis catalogados dentro das Zeics, considerados essenciais para a memória e identidade da cidade.

O imóvel em questão, que foi multado por sua demolição, ostentava um estilo neocolonial e foi substituído por um estacionamento, levantando questões sobre a preservação de identidades culturais e históricas da cidade.

O MP está atento à situação dos imóveis que permanecem sob a proteção da Zeic 2, onde as edificações possuem um valor histórico ou arquitetônico significativo, abrangendo estilos como art déco, neocolonial e colonial. Entre elas, destaca-se o Hotel Gaspar, localizado na esquina da Avenida Mato Grosso com a Rua Calógeras, que, embora preservado, não faz parte da lista dos imóveis demolidos.

Imóveis Alvos de Investigação

A lista dos imóveis que foram demolidos sem autorização e que estão sendo investigados inclui:

• Rua da Imprensa, 191: Imóvel em estilo art déco foi demolido e substituído por uma construção moderna.
• Rua 13 de Junho, 1508: Edifício eclético foi trocado por uma nova construção.
• Rua Maracaju, 683 e 693: Estrutura colonial foi derrubada, dando lugar a edificações modernas.
• Rua Vasconcelos Fernandes, 683: Imóvel colonial demolido, deixando o terreno vazio.
• Rua Padre João Crippa, 1739: Estrutura apresenta sinais de deterioração e está cercada por tapumes, indicando possíveis obras.

A preservação do patrimônio histórico de Campo Grande é fundamental para garantir que suas características e histórias não se percam com o tempo. A expectativa é que as investigações do MP contribuam para a proteção e valorização desses espaços que fazem parte da identidade da cidade.

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