A região do Vale do Café, no interior do Rio de Janeiro, conhecida por sua tradição na produção de café, está passando por um importante estudo realizado pela Embrapa. Com a análise do solo e dos grãos de 15 fazendas da região, a expectativa é que os produtores recebam a Indicação Geográfica por Denominação de Origem (IG-DO), um selo que garante a qualidade e a autenticidade do produto.
Essas fazendas estão localizadas em municípios como Barra do Piraí, Miguel Pereira, Piraí, Rio das Flores, Valença e Vassouras, região que desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento do país no século XIX através do cultivo de café. O estudo realizado pela Embrapa envolveu a coleta de solo, planta e grãos em 12 propriedades durante o período de colheita, com mais três fazendas previstas para entrar na pesquisa no próximo ano.
O pesquisador da Embrapa responsável pelo projeto, Otoniel Silva Freitas, destacou a importância de considerar as condições climáticas, como chuva, temperatura e umidade, na análise dos grãos. Além disso, foram realizados experimentos sensoriais para identificar os compostos químicos e aromas presentes no café, buscando identificar características que o tornem único e especial.
Os resultados preliminares do estudo estão previstos para serem concluídos em março de 2025, com o relatório final sendo disponibilizado aos produtores e à Associação de Produtores de Café do Estado do Rio (Arcarj) dentro de dois anos. Caso o café estudado seja considerado diferenciado, ele poderá receber a Indicação Geográfica do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).
Daniel Bastos, presidente da Arcarj, ressaltou a importância da conquista da Indicação Geográfica para agregar valor ao produto. Um exemplo citado foi que um saquinho de 250 gramas que antes valia 30 reais, poderia passar a valer 80 reais com o reconhecimento desse selo de qualidade.
A expectativa é que, ao obter a Indicação Geográfica, os produtores da região do Vale do Café possam atestar a qualidade e a singularidade de seus cafés, destacando-se no mercado nacional e internacional. Esse reconhecimento não apenas agrega valor ao produto, mas também valoriza a tradição e a história dessa importante região cafeicultora do Brasil.
Portanto, a iniciativa da Embrapa em estudar e certificar a qualidade dos cafés do Vale do Café é um passo significativo para consolidar a reputação e a excelência desse produto tão apreciado pelos consumidores. Aguardemos então os próximos capítulos desse processo, com a expectativa de valorizar ainda mais essa rica tradição cafeicultora brasileira.
Leia a matéria na integra em: Veja Rio
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