Com a crise imobiliária em Portugal atingindo níveis alarmantes, a história de Márcia Leandro e sua luta para conquistar seu sonho de se graduar como chef de cozinha se torna um símbolo dos desafios enfrentados por muitos moradores do país. Aos 43 anos, Márcia se viu obrigada a viver em uma barraca em um acampamento improvisado nos arredores de Lisboa, juntamente com sua vizinha Andreia Costa, devido aos altos custos de aluguel e compra de imóveis.
A situação não é única para Márcia e milhares de portugueses, que marcharam em protesto contra o aumento dos aluguéis e dos preços das casas no último sábado. A gentrificação e o turismo em expansão têm impulsionado esses valores, tornando áreas urbanas cada vez mais inacessíveis para a população local.
Com um salário médio mensal de cerca de 1.200 euros, Portugal se destaca como um dos países mais pobres da Europa Ocidental. O aumento de 65% nos aluguéis imobiliários em Lisboa desde 2015, juntamente com um aumento de 137% nos preços de venda, tem deixado muitas pessoas sem alternativas viáveis para moradia.
Os imigrantes e trabalhadores precários são os mais afetados por essa realidade. Os brasileiros, que compõem 40% da comunidade imigrante em Portugal, recebem em média 20% a menos que os portugueses. Muitos deles ganham menos do que o salário mínimo oficial do país, o que torna a situação ainda mais precária.
Diante desse cenário desafiador, Márcia e tantos outros se veem em uma encruzilhada, lutando para não apenas sobreviver, mas também para realizar seus sonhos e aspirações. É crucial que as autoridades e a sociedade como um todo estejam atentas a essa crise imobiliária e busquem soluções que garantam o direito à moradia para todos os cidadãos, independentemente de sua origem ou condição socioeconômica.
A manifestação em Lisboa é um lembrete poderoso de que a luta por um lar digno é uma causa que une pessoas de diferentes origens e realidades. Enquanto Márcia e tantos outros enfrentam desafios diários para garantir um teto sobre suas cabeças, a sociedade como um todo deve se mobilizar para garantir que a crise imobiliária não seja apenas um problema, mas sim uma oportunidade de promover mudanças significativas e duradouras.
Que a história de Márcia e sua determinação em perseguir seus sonhos inspire ações concretas em prol de um futuro mais justo e igualitário para todos os habitantes de Portugal. Juntos, podemos transformar essa crise em uma oportunidade de construir um país onde a moradia seja um direito básico e inegociável para todos os seus cidadãos.
Leia a matéria na integra em: CNN Brasil
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