Durante a pandemia, os banqueiros de Wall Street encontraram nos Hamptons um refúgio luxuoso para passar o período de trabalho remoto. As vilas de luxo, situadas em Nova York, tornaram-se o lar temporário desses profissionais, que aproveitavam a proximidade da praia e a tranquilidade do local para realizar suas atividades profissionais.
O movimento intenso de pessoas nos Hamptons durante esse período resultou em uma elevação dos preços dos imóveis e aluguéis, tornando ainda mais exclusivo o acesso a esse reduto de luxo. Mesmo com os preços em alta, os banqueiros de Wall Street conseguiram garantir seu espaço nas vilas, com alguns até optando por alugar casas para ficar por meses no local, conforme relatos do Business Insider.
No entanto, a volta iminente ao trabalho presencial nas empresas está mudando o cenário nos Hamptons. Com a convocação para o retorno aos escritórios, muitos banqueiros estão deixando as vilas de luxo e migrando de volta para Manhattan, impactando diretamente o mercado imobiliário local. Casas que antes eram alugadas agora estão ficando vazias, e os banqueiros que haviam comprado imóveis estão colocando-os para aluguel ou venda, gerando uma grande oferta no mercado e resultando na redução dos preços.
Um exemplo disso é a mansão à beira-mar de Jim Chanos, fundador da Chanos & Co., que conseguiu vender por um valor significativamente menor do que o adquiriu em 1991. A desaceleração do setor imobiliário nos Hamptons é uma consequência direta do fim do home office e da volta ao trabalho presencial em Wall Street.
O impacto do trabalho remoto não se restringe apenas aos Hamptons, como apontado pelo McKinsey Global Institute. O relatório indica que a adoção em larga escala do home office tem o potencial de reduzir em US$ 800 bilhões o valor dos prédios de escritórios nas principais cidades do mundo, como Nova York, Houston, São Francisco, Tóquio, Pequim, Xangai, Paris e Munique.
Com o retorno gradual ao trabalho presencial e a desaceleração do setor imobiliário nos Hamptons, fica evidente que as mudanças trazidas pela pandemia continuarão a moldar o cenário corporativo e imobiliário nos próximos anos.
*Este artigo foi produzido sob supervisão de Ana Carolina Nunes.
Leia a matéria na integra em: CNN Brasil
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