Aluguel Residencial em Natal Registra Alta Significativa em 2023
Por Felipe Salustino
Nos últimos 12 meses, o valor do aluguel residencial em Natal aumentou 11,09%, superando a média nacional que foi de 11,02%, de acordo com o índice FipeZAP de Locação Residencial. Com isso, a capital potiguar ocupa a sexta posição no Nordeste e a décima primeira no Brasil, entre 22 capitais analisadas. No primeiro semestre de 2023, a alta foi de 5,93%, posicionando Natal novamente como a sexta entre as capitais nordestinas e a 16ª no ranking nacional.
A escassez de imóveis é um dos fatores que impulsionam esse aumento, conforme análise do economista Robespierre do Ó. Ele observa que as taxas de juros elevadas no financiamento imobiliário refletem a alta nos preços. “Nos últimos 12 meses, o Índice Geral de Preços (IGP) teve um crescimento de 4,39%, resultando em um aumento real nos aluguéis. Ao mesmo tempo, notamos uma demanda crescente por moradias, enquanto a oferta é limitada em Natal”, comenta o economista.
Ricardo Abreu, representante da Abreu Imóveis, também ressalta que o cenário atual se deve a restrições impostas pelo antigo Plano Diretor, que inibiu a construção de novos imóveis na cidade. “Houve um longo período sem investimentos em construção em Natal, e isso resultou na atual lei da oferta e da procura. Recebemos cerca de 1.500 ligações mensais de clientes em busca de locação”, afirma Abreu.
Por outro lado, Moisés Marinho, diretor do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-RN), relata que, embora os consumidores estejam insatisfeitos com os preços altos, isso não afeta significativamente o mercado de locação. “As negociações têm sido a chave para cativar os clientes. Mesmo com alguns ajustes, a locação tem se mostrado viável. Quando um imóvel desocupa, logo encontra novos moradores”, explica.
Marinho é cauteloso sobre a previsão para os próximos meses, mas acredita que, sem grandes mudanças, os preços devem se estabilizar. “Há uma tendência de acomodação, mas o mercado pode mudar rapidamente”, alerta.
Em uma análise mensal, junho de 2023 revelou uma leve retração no preço dos aluguéis em Natal, com uma variação negativa de -0,37%. Cidades como Salvador e Aracaju também mostraram variações negativas no mesmo período. O levantamento do FipeZAP indicou que, apesar da alta anual, a variação acumulada em 12 meses até junho foi inferior à registrada no mesmo período do ano anterior, onde o aumento foi de 12,57%.
Robespierre ressalta que o futuro depende do comportamento do mercado em relação às novas construções. “Se os empreendimentos atenderem a todas as faixas de renda, há uma expectativa de estabilidade ou até queda dos preços. Contudo, não acredito em redução significativa, considerando as elevadas taxas de juros atuais”, conclui.
Ricardo Abreu complementa dizendo que mudanças mais notáveis no mercado devem surgir nos próximos dois anos, quando os imóveis iniciados após a atualização do Plano Diretor entrarem em circulação. “Com o Plano atualizado, várias construções começaram, mas levará tempo até que esses imóveis estejam disponíveis para locação. Dessa forma, os aluguéis provavelmente continuarão a subir”, destaca.
Em junho, o FipeZAP analisou 1.671 anúncios de locação em Natal, com um preço médio de R$ 39,06 por metro quadrado. Os bairros mais caros para aluguel foram Ponta Negra, com R$ 49,50/m², Lagoa Nova, com R$ 41,00/m², e Petrópolis, com R$ 40,40/m².
No contexto nacional, o aluguel residencial teve um aumento de 0,51% em junho de 2023, sinalizando uma desaceleração após altas anteriores de 1,15% em abril e 0,59% em maio. O crescimento acumulado no primeiro semestre foi de 5,66%, superando a inflação de 2,99% no mesmo período. O crescimento anual de 11,02% também ultrapassa a inflação medida pelo IPCA, que foi de 5,35% no mesmo intervalo.
Números do Mercado de Aluguel
Aumento acumulado em 12 meses nos preços de aluguéis residenciais por capital:
- Salvador (+22,68%)
- Belém (+19,85%)
- Porto Alegre (+18,75%)
- Fortaleza (+16,84%)
- Cuiabá (+15,77%)
- Manaus (+14,57%)
- Belo Horizonte (+13,51%)
- Recife (+13,29%)
- Teresina (+13,15%)
- João Pessoa (+12,12%)
- Natal (+11,09%)
- Campo Grande (+10,85%)
- São Paulo (+10,81%)
- São Luís (+10,27%)
- Curitiba (+10,03%)
- Maceió (+9,92%)
- Rio de Janeiro (+9,66%)
- Goiânia (+9,65%)
- Vitória (+9,31%)
- Florianópolis (+9,18%)
- Aracaju (+0,28%)
- Brasília (-1,54%)
Fonte: Índice FipeZAP
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