Ocupação do Edifício Castelo Branco em Vitória: 72 Famílias em Busca de Moradia
No último sábado (06), setenta e duas famílias integrantes do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM) iniciaram uma ocupação no Edifício Castelo Branco, localizado no Centro de Vitória. Este prédio, que já foi sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-ES), agora abriga 112 ocupantes oriundos de diversas comunidades, como Maria Ortiz, Santo André e Caratoíra, muitos dos quais viviam em aluguel.
A Luta por Moradia
Em entrevista ao Folha Vitória, o líder do movimento, Valdeni Ferraz, expressou a urgência da situação, afirmando que a ocupação é uma forma de “pressionar o Estado” a agir diante da problemática habitacional enfrentada por muitas famílias em Vitória e no Espírito Santo.
“Temos um grupo bem maior do que os manifestantes que estão aqui. Queremos mostrar que as famílias estão vulneráveis, sem moradia e têm essa necessidade. Os andares estão limpos e as famílias estão ocupando. Cerca de 90% são mães-solo, além de crianças e idosos.” — Valdeni Ferraz
Valdeni destacou que a intenção dos ocupantes é permanecer no local até que haja uma negociação com a Caixa Econômica Federal e a Secretaria do Patrimônio da União (SPU). “Estamos aguardando tanto aqui, quanto em Brasília, que eles negociem com a gente,” afirmou.
Posicionamento das Autoridades
O que diz a Câmara Municipal de Vitória?
A Câmara Municipal de Vitória lamentou a ocupação, uma vez que o imóvel está em processo de cessão para receber o Legislativo da Capital. Em nota, a Câmara informou que considera a ação uma invasão indevida, comprometendo uma negociação que está em andamento há cinco meses com a Caixa Econômica Federal.
“O propriedade encontra-se em perfeitas condições de uso, com instalações prontas para receber os servidores e viabilizar o pleno funcionamento das atividades parlamentares,” disse a nota.
O que diz a Prefeitura de Vitória?
A Prefeitura de Vitória divulgou que possui programas como o Casa Feliz e Segura, destinados a garantir moradia digna a famílias que enfrentam risco em suas residências. A gestão enfatizou que, atualmente, 600 famílias estão aptas para melhorias habitacionais, com um enfoque em reformas para garantir a segurança das moradias.
A prefeitura também revelou que, nos últimos cinco anos, foram entregues mais de 250 residências a famílias vulneráveis, além da concessão de aproximadamente 3 mil títulos de regularização fundiária, transformando posseiros em proprietários.
“Desde o início da atual gestão, o valor do Bônus Moradia foi aumentado de R$ 60 mil para R$ 100 mil,” complementou a nota, destacando o comprometimento da administração com a regularização fundiária em diversas áreas da cidade.
Quanto à inclusão de pessoas em situação de rua, a Sedec mencionou que o município já conta com um programa habitacional específico, que trabalha em conjunto com a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) para atender esta população.
A prefeitura destaca que o processo de inclusão requer um período mínimo de um ano de referência na Rede de Proteção Social para que as famílias possam ter acesso aos benefícios habitacionais.
Até o fechamento desta matéria, o Folha Vitória buscava contato com a Caixa Econômica Federal e a Secretaria do Patrimônio da União para obter mais informações sobre a ocupação e os desdobramentos envolvidos.
Leia a matéria na integra em: www.folhavitoria.com.br
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