Cinemateca do MAM Reabre com Inovações e Celebrações
Após três meses em reforma, a Cinemateca do Museu de Arte Moderna (MAM) reabre suas portas nesta quinta-feira, dia 13, com uma infraestrutura modernizada. O investimento de R$ 790 mil resultou na reforma da cabine de projeção, na substituição completa do cabeamento elétrico, e na atualização dos sistemas de áudio e iluminação.
“Esta reforma é um sonho antigo para nós. Reflete nosso compromisso com a preservação da experiência histórica de assistir a um filme, garantindo a correta reprodução das características técnicas e artísticas originais, além de estarmos em sintonia com a evolução tecnológica”, destaca Hernani Heffner, gerente da Cinemateca.
A inauguração do Auditório Cosme Alves Netto acontecerá às 18h30, com a exibição do longa Salomé, que se destacou na última edição do Festival de Brasília, apresentado pelo próprio diretor, André Antônio. Este evento marca também o início das comemorações dos 70 anos de exibição da Cinemateca do MAM.
Para celebrar sua nova fase, a sala contará com uma programação especial. Entre os destaques, no dia 14, será exibido o clássico O Assalto ao Trem Pagador (1962), de Roberto Farias, e, no dia 15, O Desprezo (1963), de Jean-Luc Godard.
A reforma preserva a capacidade da Cinemateca de projetar tecnologias de imagem e som mais antigas, como 35mm, U-Matic, Betacam, VHS e Bluray, além de potencializar sua habilidade para reproduzir os padrões digitais mais recentes, incluindo projeções em 4K. A nova tela Harkness Hall Matt White 1.0, considerada uma das melhores do mundo, é otimizada para uso tanto em película quanto digital, além de apresentar um sistema de som reconfigurado que integra processadores para registros analógicos e digitais.
A modernização também traz um avanço significativo em acessibilidade. A instalação do sistema ProAccess oferece soluções avançadas para exibição de filmes digitais, permitindo que espectadores utilizem aparelhos de acessibilidade com opções de audiodescrição, legendas descritivas, interpretação em Libras e áudio-assistência.
Este projeto de modernização foi realizado em parceria com a Duas Mariola Filmes e financiado por editais da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, além do programa Viva o Cinema de Rua II, da Prefeitura do Rio, ambos sob a Lei Paulo Gustavo, do Governo Federal.
As sessões na Cinemateca são gratuitas e, mesmo com ingressos para o dia de reabertura já esgotados, a programação completa pode ser conferida neste link. Os ingressos podem ser retirados aqui. A Cinemateca está localizada na Avenida Infante Dom Henrique, 85, no Parque do Flamengo.
Ao lado da Cinemateca, também estão em funcionamento a Cantina do MAM, um charmoso bistrô, e a biblioteca do museu, uma das mais importantes do Brasil em temas de arte moderna e contemporânea, com um acervo de mais de 31.500 livros e 618 títulos de periódicos.
Uma Trajetória de Resistência
Fundada em 1948, a Cinemateca começou suas atividades em 1951, no antigo edifício do Ministério da Educação e Saúde. O espaço ofereceu exibições de filmes clássicos e contemporâneos desde suas primeiras atividades no auditório da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), tornando-se uma referência no cenário cultural.
Em 1967, a Cinemateca conquistou sua própria sala, situada no terceiro andar do Bloco Expositivo do MAM. Durante o regime militar, tornou-se um farol para o Cinema Novo e o Cinema Marginal, resistindo e apoiando produções alternativas e inovadoras da época. Após um incêndio que atingiu o museu em 1978, a sala foi transferida para o Bloco Escola.
Em 1987, o auditório recebeu a configuração atual, projetada pelo renomado designer Sérgio Rodrigues, e foi batizado em homenagem a Cosme Alves Netto, cineclubista e ex-diretor da Cinemateca entre 1965 e 1988.
Reconhecida como um dos mais relevantes arquivos audiovisuais da América Latina, a Cinemateca preserva uma coleção inestimável que inclui o filme brasileiro mais antigo já conservado, Reminiscências, de Aristides Junqueira, datado de 1909. Com um foco no cinema e no audiovisual brasileiros, a instituição cuida de mais de 7.000 títulos em película, cerca de 250.000 em suporte videomagnético, e mais de 400 terabytes de arquivos digitais, além de uma rica coleção documental com mais de três milhões e meio de itens.
A reabertura da Cinemateca do MAM é um marco significativo na cultura carioca, reafirmando seu papel central na preservação e promoção da arte cinematográfica no Brasil.
Leia a matéria na íntegra em: Veja Rio
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