Alta de Juros: É Hora de Investir em Imóveis ou Esperar?

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É Um Bom Momento para Comprar Imóveis? Entenda os Fatores em Jogo

Com o crescimento da taxa de juros no Brasil, muitos se perguntam: é um bom momento para comprar um imóvel? Para Flávia Moraes, professora de economia do Ibmec-RJ, essa decisão não é simples e envolve uma série de fatores. Assim como qualquer ativo, os imóveis tendem a perder valor quando as taxas de juros aumentam.

Mas o que exatamente isso significa? Um ativo, em definição simples, é algo que pode gerar rendimentos futuros. No caso dos imóveis, isso pode ocorrer por meio de aluguéis ou pela valorização na venda. Por exemplo, se um imóvel é adquirido por R$100 mil e vendido três anos depois por R$150 mil, o proprietário obtém um ganho de R$50 mil nesse período — um rendimento considerável.

Moraes destaca que o mercado financeiro já prevê novas altas nas taxas de juros, com uma recente elevação de 1 ponto percentual já sinalizada pelo Banco Central. Diante desse cenário, a especialista sugere que, se a intenção é adquirir um imóvel, pode ser mais vantajoso fazê-lo antes que juros aumentem ainda mais.

No entanto, essa alta de juros não é um fenômeno isolado. A ABRAINC (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) emitiu um alerta sobre os desafios econômicos trazidos por essas elevações. Cada ponto percentual adicional na taxa Selic aumenta em R$48 bilhões o custo anual da dívida pública, um impacto que repercute diretamente nas empresas e nas famílias. O reflexo disso já é visível nas recuperações judiciais, que chegaram a 2,2 mil pedidos em 2024 — o maior número desde 2005, com um aumento de 61,8% em relação ao ano anterior, segundo o Serasa.

Luiz França, presidente da ABRAINC, enfatiza a necessidade de medidas para controlar a dívida pública, como forma de garantir uma taxa de juros mais saudável a médio e longo prazo. Ele argumenta que taxas elevadas podem paralisar o desenvolvimento, reduzir a geração de empregos e influenciar negativamente tanto empresas quanto famílias.

Ricardo Affonseca, CEO da Aros Inc, também alerta sobre o impacto do aumento da Selic nos projetos das incorporadoras. Com a elevação das taxas, os financiamentos imobiliários ficam mais caros, o que tende a esfriar o mercado. As classes médias são as mais afetadas nesse cenário, pois a população de menor renda se beneficia de subsídios como o programa Minha Casa, Minha Vida, enquanto aqueles com maior renda conseguem fazer aquisições sem depender tanto de financiamentos.

Thiago Andrade, da JB Andrade Imóveis, reitera que a alta dos juros não só encarece os financiamentos, mas reduz o poder de compra dos consumidores, pressionando ainda mais os custos das construtoras. Ele aponta que o índice Nacional da Construção Civil (INCC) já está impactando os preços do setor. No entanto, os efeitos são diferentes em relação ao mercado de alto padrão, onde as decisões de compra não são tão severamente influenciadas pelas taxas de juros.

Apesar do desafio que o aumento da Selic representa, também há oportunidades surgindo. Nayara Técia, CEO do Grupo On Brokers, observa que campanhas de desconto podem atrair novos compradores e o aumento dos investimentos estrangeiros poderia revitalizar parte do mercado interno, especialmente para aqueles beneficiados pela valorização do dólar.

Thiago Soares, diretor da The Inc Incorporações, critica a manutenção da Selic em níveis elevados, afirmando que isso limita a economia como um todo. O cenário de crédito mais caro reduz vendas e lançamentos, dificultando o crescimento da construção civil. Para ele, é crucial que o governo busque um equilíbrio fiscal que permita uma redução sustentável dos juros.

Em última análise, Jamille Dias, consultora da Riviera Construções, aponta que a alta das taxas de juros resulta em menor liquidez no mercado imobiliário. Com menos pessoas dispostas a comprar, a tendência é que os vendedores tenham que baixar seus preços. Assim, investidores podem se voltar para ativos de renda fixa que, neste momento, oferecem retorno mais atrativo.

Com todas essas variáveis, a pergunta permanece: é realmente um bom momento para comprar um imóvel? Apenas uma análise cuidadosa dos fatores econômicos e financeiros, bem como uma compreensão pessoal das situações, podem levar a uma resposta satisfatória. Numa economia volátil, decisões informadas são fundamentais.

Leia a matéria na íntegra em: oglobo.globo.com


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