Demolição no Residencial Caliandra Cria Tensões na Colônia Agrícola 26 de Setembro
Recentemente, uma opressiva operação da Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística do Distrito Federal, conhecida como DF Legal, resultou na demolição de várias casas e estruturas em uma área controversa do Residencial Caliandra, situado na Colônia Agrícola 26 de Setembro. A ação, que ocorreu na Rua 2 e tinha como alvo principal quatro casas habitadas, gerou descontentamento e resistência entre os moradores.
O Contexto da Operação
Segundo informações obtidas, a operação foi desencadeada devido a um parcelamento irregular de área pública que se instaurou na região. A DF Legal, em nota, afirmou que a demolição se justifica através do Código de Obras e Edificações do Distrito Federal, que permite ações imediatas em obras já em construção em áreas públicas, sem necessidade de notificação prévia. Na última semana, três casas que estavam em construção foram derrubadas, enquanto os moradores restantes tentavam evitar a destruição de seus lares.
Os dados da DF Legal revelam que as ações de desobstrução na 26 de Setembro aumentaram significativamente de 2023 para 2024, passando de cinco para 16 operações. Este crescimento levanta questionamentos sobre a fiscalização e a eficácia de políticas habitacionais na região, onde a tensão entre autoridades e moradores se intensifica a cada abordagem.
A Resiliência dos Moradores
Um representante do condomínio, que optou por não se identificar, expressou a surpresa da comunidade diante da operação. De acordo com ele, o foco deveria ter sido um edifício mais à frente, mas a equipe solucionou a situação derrubando as casas dos moradores. "Todos sabem que o condomínio é considerado irregular, mas isso não significa que seja uma invasão. Temos uma associação de moradores constituída desde 2020", declarou.
Miguel Rodrigues, presidente da Associação de Moradores da 26 de Setembro, também manifestou suas preocupações. Embora ele tenha se distanciado da situação, por entender que o síndico poderia buscar um advogado, ele questionou a falta de comunicação dos planos de infraestrutura pública por parte do governo, ressaltando a necessidade de maior transparência.
O Medo do Despejo
Os relatos dos moradores revelam um clima de incerteza e medo. Um deles, que reside em um terreno da Chácara 19 desde 2020, mencionou que esta é a primeira vez que a comunidade enfrenta uma operação de derrubada. Concernado com o futuro de sua família, ele explicou que toda a sua economia foi investida na casa e que não sabe para onde irá caso sua residência seja demolida. "Tenho dois filhos e tudo o que conseguimos, foi construído aqui. O que vamos fazer agora?", desabafou.
Outro ponto levantado por moradores é a existência de um documento que indica a possibilidade de regularização da área. Eles alegam que não residem em zonas de preservação e que a ação da DF Legal pode acabar desalojando milhares de famílias — a comunidade da 26 de Setembro conta com mais de 40 mil pessoas. "Vão realocar todas essas famílias? Isso não faz sentido", questionou o morador angustiado.
Desobstrução Aumenta na Região
Os números da DF Legal sobre as operações em 2023 e 2024 demonstram um aumento significativo na fiscalização em áreas consideradas irregulares. A desobstrução na 26 de Setembro, em particular, cresceu para 16 operações em 2024, uma marca que sugere uma abordagem mais agressiva das autoridades em relação à regularização fundiária.
A situação em 26 de Setembro é um microcosmo das tensões que muitas comunidades enfrentam no Brasil quando o assunto é a regularização de áreas habitacionais. O dilema entre assegurar o uso do espaço urbano e garantir os direitos e a segurança dos moradores é um desafio que as autoridades precisam enfrentar, procurando soluções mais justas e humanas.
Conclusão
Enquanto a DF Legal prossegue com suas operações, os moradores buscam formas de contestar as demolições e garantir seus direitos. A esperança de regularização e acolhimento em um Estado que frequentemente ignora as necessidades das comunidades mais vulneráveis permanece fundamental, mas incerta. O futuro da Colônia Agrícola 26 de Setembro está, mais uma vez, em risco, e a luta por dignidade e moradia continua a ser um elemento vital na vida de seus moradores.
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