Abecip afirma que mercado imobiliário não depende mais da poupança para crescer.

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Com novas alternativas de financiamento ganhando espaço no mercado imobiliário, as construtoras e incorporadoras estão reduzindo sua dependência do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) tradicional. A introdução de instrumentos como as Letras de Crédito Imobiliário (LCI), os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e os Fundos de Investimento Imobiliário (FII) está diversificando as fontes de funding no setor.

Durante o evento Construsummit, o presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Sandro Gamba, destacou que o mercado imobiliário está passando por um momento de transição, com novas opções de financiamento surgindo e linhas específicas se desenvolvendo para atender as necessidades do setor. Gamba ressaltou a importância dessas alternativas diante do cenário de altas taxas de juros e da redução da poupança como fonte de recursos.

O presidente da Abecip enfatizou que nos últimos anos houve uma evolução significativa na estrutura do crédito imobiliário, com a introdução de instrumentos jurídicos como a alienação fiduciária e o patrimônio de afetação. Essas mudanças proporcionaram maior segurança jurídica e possibilitaram a entrada de novas modalidades de crédito no mercado, contribuindo para o crescimento do setor, que saiu de uma participação de 3% para 10% do PIB.

Apesar dos avanços, Gamba ressalta que o Brasil ainda tem espaço para crescer em termos de crédito imobiliário, citando países como o Chile, onde a participação do setor no PIB chega a 30%. A diversificação do funding é evidenciada pelo aumento do volume de recursos provenientes do mercado de capitais para o crédito imobiliário, que superou a participação da poupança pela primeira vez em dezembro do ano passado.

No entanto, o presidente da Abecip destaca que a poupança ainda é uma fonte importante de recursos para o setor, apesar de sua participação no funding total ter diminuído. O crescimento dos financiamentos imobiliários com recursos da poupança, aliado ao fortalecimento de outras opções de financiamento, tem impulsionado o mercado imobiliário nos últimos anos.

Em relação às mudanças propostas para as LCIs, Gamba expressou preocupação com o aumento do prazo de resgate para nove meses, defendendo a volta ao prazo anterior de três meses. Segundo ele, a manutenção de opções acessíveis para os investidores é essencial para a composição do funding do mercado imobiliário.

Em suma, o mercado imobiliário brasileiro está passando por uma transformação significativa, com novas alternativas de financiamento ganhando espaço e contribuindo para o crescimento do setor. A diversificação do funding é essencial para garantir a sustentabilidade e o desenvolvimento contínuo do mercado imobiliário no país.

Por Breno Damascena, de volta de Florianópolis.

Leia a matéria na integra em: Jornal Estadão


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