Herança de Zagallo Atinge R$ 13 Milhões e Gera Conflito Familiar

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A herança deixada por Zagallo, o icônico ex-técnico da seleção brasileira, está avaliada em aproximadamente R$ 13 milhões. Coincidentemente, este era o número favorito do técnico, que levou o Brasil à vitória na Copa do Mundo de 1970. Contudo, essa fortuna se tornou o epicentro de uma disputa acirrada entre seus quatro filhos, revelando uma crise familiar que já se estendia há anos.

O espólio de Zagallo passou a ser um tema polêmico antes mesmo de sua morte, ocorrida em 5 de janeiro deste ano. O desenrolar deste imbróglio teve início há pelo menos oito anos, quando, em 2016, Paulo Jorge, Maria Cristina e Maria Emília tentaram intervir judicialmente na vida do pai, considerando que ele não estava apto a administrar seus bens. Somente o filho mais novo, Mário César, opôs-se à ideia e assumiu a responsabilidade de cuidar de Zagallo e de seus interesses.

De acordo com uma fonte próxima, os irmãos alegavam que Zagallo estava incapacitado devido a problemas de saúde e que havia um conflito relacionado ao testamento da mãe, que deixara toda a herança para o viúvo. “Ele sempre foi lúcido”, afirmou a fonte, ressaltando a capacidade do técnico de gerir seu patrimônio.

Dentre os bens deixados por Zagallo constam a residência em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, avaliada em cerca de R$ 6 milhões, além de dois apartamentos na mesma região: um no condomínio Blue, com valor aproximado de R$ 2 milhões, e outro no Atlântico Sul, estimado em R$ 4 milhões. A lista ainda inclui um imóvel em Angra dos Reis, avaliado em quase R$ 1 milhão. Em contrapartida, a casa em Teresópolis, na Granja Comary, foi colocada à venda em 2017.

O formato da herança também é motivo de discórdia: Zagallo dividiu 50% de seus bens entre os filhos e concedeu a outra metade apenas ao caçula. Isso significa que Mário César detém 50% mais os 12,5% que lhe foram atribuídos aos demais. Os três irmãos tentam agora anular o testamento, alegando que Mário manipulou o pai em seu benefício. Segundo eles, foram excluídos da convivência com Zagallo devido à influência do irmão mais novo.

Em resposta às acusações, Mário César negou as alegações de manipulação. “Eles estão querendo aparecer após sete anos. Fui eu quem cuidou do meu pai esse tempo todo. Tem um documento assinado pelo meu pai dizendo que não queria a visita deles durante as internações”, declarou em entrevista.

Registros postados pela equipe de Zagallo, que criou um perfil em uma rede social em novembro de 2020, mostram apenas Mário, sua esposa e os netos do “Velho Lobo” em momentos juntos, como aniversários e celebrações de réveillon.

Fontes próximas revelam que Zagallo decidiu romper relações com os filhos mais velhos após eles ingressarem com um processo para contestar o inventário da mãe. Naquela época, o trio acusou o técnico de ocultar a existência do testamento elaborado em 1984. Contudo, a justiça negou o pedido.

Esta disputa em torno da herança não apenas expõe desavenças familiares, mas também levanta questões sobre a gestão do legado deixado por uma figura tão emblemática do futebol brasileiro.